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Tudo está em mudança ao nosso redor o tempo todo, é preciso estar alerta para perceber estas mudanças.Seria mais ou menos isto o que o filósofo grego Heráclito quis dizer, muito antes de Cristo, e sempre atual.Panta rei os potamós.
Imagine um mundo com mais de 6 bilhões de pessoas e 600 marcas de automóveis. Cada montadora – tradicional ou novata – define suas próprias estratégias para conquistar consumidores e garantir uma posição de destaque no concorrido mercado global. Parece algo impensável, mas não é. Esse cenário descreve a realidade do setor automobilístico em um passado recente, antes da consolidação daquilo que ficou conhecido como globalização, além do agravamento da maior crise financeira mundial desde a Grande Depressão dos anos 30.
Nesse concorrido mercado, que poderia ser comparado a um tabuleiro do clássico jogo War, empresas do setor tentam se posicionar no mundo e, assim, sobreviver aos difíceis reflexos de um mercado cada vez mais disputado. Para o professor de finanças corporativas da Brazilian Business School (BBS), Plínio Chap Chap, as fusões, aquisições e parcerias vistas agora, em momento de crise, nada mais são do que a consolidação do setor, que já havia começado no século passado. “Vão sobrar menos empresas e grupos maiores”, ressalta o especialista. A experiência brasileira com a formação de grupos automotivos foi a Autolatina, a associação entre Ford e Volkswagen feita de 1987 a 1994, para reduzir custos em meio a uma forte queda do mercado automotivo, entretanto, nenhuma das empresas tinha problemas graves.
De acordo com o consultor de mercado e sócio da Creating Value Consultoria, Corrado Capellano, o objetivo era financeiro. “Pouca importância se deu para introduzir uma cultura que focasse produtos e rede de vendas, enfim, os clientes. O que acabou matando a empresa”, observa Capellano. Assim, a manutenção da identidade e individualidade das duas marcas rendeu modelos “gêmeos” como Apolo (VW) e Verona (Ford); Quantum (VW) e Royale (Ford); Santana (VW) e Versailles (Ford); e Logus /Pointer (VW) e Escort (Ford). “Os produtos eram complementares, a Volkswagen tinha foco diferente da Ford, outro mercado. Foi uma joint venture mais mercadológica do que por necessidade”, acrescenta Chap Chap.
Segundo comunicado do MPF, essa é a primeira denúncia oferecida no país visando à condenação de executivos por esse tipo de fraude no mercado de capitais. O crime de " insider trading " foi introduzido na legislação brasileira em 2001.
O ex-diretor de Finanças e Relações com Investidores da Sadia Luiz Gonzaga Murat Júnior, o ex-membro do Conselho de Administração da Sadia Romano Ancelmo Fontana Filho e o ex-superintendente executivo de empréstimos estruturados do ABN Amro Alexandre Ponzio de Azevedo já foram punidos administrativamente pela Comissão de Valores de Mobiliários (CVM) e pela Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado americano).
Os executivos foram denunciados pelo procurador da República Rodrigo de Grandis. Caso condenados, estão sujeitos a penas de um ano a cinco anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.
" A denúncia oferecida é fruto da cooperação entre o MPF-SP e a CVM " , informou o procurador. Ao encaminhar a acusação, De Grandis pediu que a Justiça Federal notificasse a CVM para que ela avalie se deseja participar do processo como assistente de acusação.
Murat, Azevedo e Fontana Filho participaram das discussões e tratativas visando à elaboração da oferta, que ocorreu em 16 de julho de 2006, e obtiveram informações privilegiadas, conforme o MPF.
No dia 7 de abril de 2006, quando a proposta foi aprovada pelo conselho da Sadia, Murat fez a primeira compra de ações da Perdigão na Bolsa de Nova York (NYSE, na sigla em inglês), comprando 15.300 American Depositary Receipts (ADRs, recibo de ação de empresa brasileira negociado no mercado externo), a US$ 23,07 cada. Em junho, conhecendo a proximidade do anúncio do negócio, o executivo comprou mais 30.600 ADRs a US$ 19,17 o papel.
De acordo com comunicado do MPF, cada compra ocorreu mediante informações privilegiadas sobre os andamentos da oferta; portanto, Murat incorreu duas vezes no crime de "insider trading".
Em 21 de julho, com a recusa da Perdigão à proposta da Sadia e tendo ciência que os papéis não mais se valorizariam, Murat vendeu 15.300 ações, a US$ 23 cada uma, lucrando US$ 58.500 com a operação.
Ainda de acordo com o MPF, Fontana Filho incorreu quatro vezes no crime de " insider trading " , pois efetuou quatro operações de compra e venda mediante informações privilegiadas.
O executivo comprou três lotes da Perdigão, totalizando 18.000 ADRs, na Nyse, entre 5 e 12 de julho. Ele vendeu todas as ações em 21 de julho de 2006, mesmo dia da recusa da Perdigão, lucrando mais de US$ 139 mil.
Já Azevedo, assim que soube que a matriz do ABN Amro, na Holanda, avalizaria a oferta da Sadia pela Perdigão, adquiriu 14.000 ADRs da Perdigão em 20 de junho de 2006. Em 17 de julho daquele ano, dia da publicação do edital da oferta, o executivo do banco vendeu 10.500 ações, lucrando US$ 51.606.
Nos EUA, Murat e Azevedo fizeram um acordo com a SEC para não serem processados criminalmente e receberam sanção administrativa em fevereiro de 2007. Os dois estão proibidos de atuar no mercado financeiro por três anos e receberam multas de US$ 364.432 e US$ 135.380, na ordem.
(Valor Online)
Nota: As águas das cabeceiras dos rios do Amazonas desembocam rumo ao oceano e passam pelo baixo amazonas, elevando o nível das águas.