FUSÕES NA AUTOMOTIVA

Crise acelera fusões e aquisições no setor automotivo

07h16min - 18/05/2009


Montadoras se unem às antigas rivais para se fortalecer. Estratégia é usada para garantir a sobrevivência das marcas.

Imagine um mundo com mais de 6 bilhões de pessoas e 600 marcas de automóveis. Cada montadora – tradicional ou novata – define suas próprias estratégias para conquistar consumidores e garantir uma posição de destaque no concorrido mercado global. Parece algo impensável, mas não é. Esse cenário descreve a realidade do setor automobilístico em um passado recente, antes da consolidação daquilo que ficou conhecido como globalização, além do agravamento da maior crise financeira mundial desde a Grande Depressão dos anos 30.

Nesse concorrido mercado, que poderia ser comparado a um tabuleiro do clássico jogo War, empresas do setor tentam se posicionar no mundo e, assim, sobreviver aos difíceis reflexos de um mercado cada vez mais disputado. Para o professor de finanças corporativas da Brazilian Business School (BBS), Plínio Chap Chap, as fusões, aquisições e parcerias vistas agora, em momento de crise, nada mais são do que a consolidação do setor, que já havia começado no século passado. “Vão sobrar menos empresas e grupos maiores”, ressalta o especialista. A experiência brasileira com a formação de grupos automotivos foi a Autolatina, a associação entre Ford e Volkswagen feita de 1987 a 1994, para reduzir custos em meio a uma forte queda do mercado automotivo, entretanto, nenhuma das empresas tinha problemas graves.

De acordo com o consultor de mercado e sócio da Creating Value Consultoria, Corrado Capellano, o objetivo era financeiro. “Pouca importância se deu para introduzir uma cultura que focasse produtos e rede de vendas, enfim, os clientes. O que acabou matando a empresa”, observa Capellano. Assim, a manutenção da identidade e individualidade das duas marcas rendeu modelos “gêmeos” como Apolo (VW) e Verona (Ford); Quantum (VW) e Royale (Ford); Santana (VW) e Versailles (Ford); e Logus /Pointer (VW) e Escort (Ford). “Os produtos eram complementares, a Volkswagen tinha foco diferente da Ford, outro mercado. Foi uma joint venture mais mercadológica do que por necessidade”, acrescenta Chap Chap.

Diferentemente da realidade da Autolatina, os processos de união vistos hoje no setor são mais do que necessárias. “O que acontece agora é:‘vamos nos abraçar para ver se a gente não afunda’”, ilustra o professor da BBS.
http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=49693

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